10+1 Tendências do Marketing Digital 2019

10+1 Tendências do Marketing Digital 2019

Voltamos com o nosso artigo anual, já um clássico, que revela as tendências do marketing digital, e que procura apoiar as Marcas na identificação das melhores oportunidades de mercado para tirarem todo o partido deste canal. O mundo digital transforma-se diariamente e com ele as esferas política, social e económica. Nunca antes tantos estiveram tão próximos e, ao mesmo tempo, tão distantes e em muitos casos vulneráveis pelos avanços da tecnologia. Uma coisa é certa e inevitável: a revolução digital toca todos os aspectos das nossas vidas e extravaza em absoluto o ambiente digital.

O mundo digital transforma-se diariamente e com ele as esferas política, social e económica. Nunca antes estivemos tão próximos e, ao mesmo tempo, tão vulneravelmente expostos com os avanços da tecnologia. O ano 2018 foi exemplo disso.
Há países a travar guerras comerciais por causa da tecnologia (entre outras coisas) – veja-se o caso dos EUA e da China, as duas maiores economias a nível mundial. A competição tecnológica entre ambas é uma das fortes causas desta divergência que ameaça afetar a economia mundial. A crescente aposta tecnológica do gigante asiático em áreas como a electrónica, a aviação, a energia renovável, o big data, a Inteligência Artificial, a robótica, a tecnologia espacial, o e-commerce, entre outras, é vista como uma forte ameaça ao monopólio americano.
Há quem tenha razão em repensar a sua presença nas redes sociais. O escândalo que envolveu a consultora Cambridge Analytica e a maior rede social do mundo, o Facebook, expôs as fragilidades do mundo digital ao violar gravemente as leis de proteção de dados pessoais. Estima-se que cerca de 87 milhões de perfis de utilizadores do Facebook tenham sido usados para influenciar decisões políticas importantes como a eleição de Donald Trump ou a decisão do Reino Unido de abandonar a União Europeia.
Há quem até seja eleito (presidente) com a ajuda das redes sociais, isto porque, o papel e relevo que estas plataformas digitais têm nas nossas vidas está também a mudar a forma como comunicamos uns com os outros. No caso de Jair Bolsonaro, antigo militar e atual presidente do Brasil, a sua campanha de marketing político assentou fortemente no uso das redes sociais, nomeadamente o Whatsapp, em detrimento dos meios mais tradicionais – e acabou por sair vencedor.

Este ano mostrou-nos que já não há volta a dar – a revolução digital está instalada. Novas tecnologias surgem diariamente e não basta estar atento, é necessário colocar-se na dianteira da inovação tecnológica, aproveitando as vantagens para distanciar-se da concorrência.

#1 Tendência do Marketing Digital
E-commerce

O e-commerce é uma ferramenta cada vez mais importante para as marcas. Para ter uma ideia da importância e potencial desta ferramenta no mundo dos negócios, bastaram apenas 10 minutos, num dia de saldos dedicado aos solteiros, para que o gigante chinês Alibaba vendesse 4,2 mil milhões de euros, superando o maior dia de compras do ano da Amazon.
Em Portugal, segundo dados da E-commerce Foundation, o comércio electrónico em 2017 rendeu cerca de 4,73 mil milhões de euros, com um crescimento anual de 12,5%, incentivado pelo aumento da procura dos consumidores online. Estes consumidores digitais fazem compras online motivados pelos preços baixos, pela facilidade de compra e pela disponibilidade dos serviços, a qualquer hora e em qualquer lugar. De acordo com o mesmo estudo, 4 em cada 10 portugueses já faz compras online, sendo que 80% das compras se refere à aquisição de produtos, sobretudo no setor da moda e vestuário.

E-Commerce

Fonte: Unsplash

Para as marcas que pretendam abraçar a Transformação Digital, a aposta no comércio electrónico é determinante para o sucesso no médio e longo prazo, para o aumento das suas vendas e, fundamentalmente, para uma maior proximidade com os consumidores digitais. A partir de qualquer dispositivo, os consumidores querem hoje ter acesso a qualquer marca, exigindo um serviço de qualidade, eficaz, e cada vez mais personalizado. Para as marcas ou vendedores, a constante evolução deste tipo de comércio obriga a um ajuste nos seus modelos de negócio, de modo a responder de forma flexível às exigências dos seus consumidores – sobretudo os Millennials e a Geração Z.
Segundo um estudo da OVUM, as compras online tendem a evoluir para experiências perfeitas, acessíveis através de diferentes dispositivos, onde imediatismo e conveniência serão palavras-chave. Experiências altamente interativas, com ambientes aproximados ao mundo real, e onde a realidade aumentada terá um papel preponderante. A aposta estará na interatividade e ultra qualidade das imagens, com opções de zoom in e recurso a vídeos, nomeadamente no segmento de luxo. A automatização dominará o atendimento ao cliente através de aplicações com base em inteligência artificial – por exemplo o caso dos chatbots, ferramentas ideais para aumentar os níveis de produtividade das empresas e analisar uma quantidade superior de dados referentes às preferências dos consumidores. A introdução de novos métodos e modelos de pagamento, facilidades de entrega e aumento do nível de segurança, serão fatores determinantes para a melhoria da experiência de compra – será possível, por exemplo, fazer uma compra online, com recurso ao reconhecimento de voz e facial (scanner), optar por pagar no final do mês através de criptomoedas e receber a encomenda no mesmo dia.
Dado que a maioria das compras é feita atualmente a partir de smartphones, outra das tendências do e-commerce para 2019 é o chamado m-commerce, ou seja, comércio electrónico a partir dos dispositivos móveis – este comércio representa atualmente 58% das vendas online e é dominado pelos mercados da China, EUA, Reino Unido, Japão e Coreia do Sul. À experiência do m-commerce, está associada, ainda, a possibilidade de pagamento através das e-wallets ou carteiras digitais – dispositivos electrónicos que contém uma ou mais moedas e que permitem fazer transações ou compras online de forma mais segura e mais fácil através de um computador ou dispositivo móvel. As mais conhecidas são a Apple Pay, a Google Pay, a Samsung Pay, e a Alipay e o WeChat na China.
E para aproximar as marcas dos seus consumidores num mercado cada vez mais digital e distante, assistiremos, ainda, à expansão das lojas pop-up – espaços comerciais temporários, móveis ou estáticos, que surpreendem pela sua exclusividade e efemeridade resultando numa experiência de edição limitada.
No fundo, o sucesso do comércio electrónico dependerá também da aposta das marcas numa estratégia multicanal, através da qual será possível comprar pelas redes sociais, email, espaços físicos, aplicações móveis ou outras plataformas.

#2 Tendência do Marketing Digital
Inteligência artificial mais preditiva e empática

Nos últimos anos a Inteligência Artificial evoluiu de um campo meramente teórico para se tornar numa das indústrias tecnológicas mais apetecíveis – segundo uma previsão da Gartner estima-se que o valor total de negócios resultante da IA para 2018 seja de 1.2 triliões de dólares, um aumento de 70% em comparação com o ano anterior. Do backend dos negócios para o mainstream, o principal foco da IA em 2019 estará voltado para as aplicações mais centradas no cliente.
Apesar de que muitos ainda desconhecem as suas capacidades e limitações, longe estão os tempos em que a IA nos parecia um conceito distante, assente na ideia hollywoodesca de humanóides que conquistam o mundo – a inteligência artificial está a ganhar forma e é hoje o centro dos avanços mais significativas da transformação digital. Desde melhorar a experiência do consumidor através do aumento da interatividade à recolha massiva de dados, com o objetivo de identificar as suas necessidades e ir ao encontro das suas expectativas, a IA está mais evoluída do que nunca e as marcas devem aproveitar a sua capacidade preditiva para definir possíveis cenários e demarcarem-se da concorrência.

Inteligência Artificial mais preditiva e empática

Fonte: Unsplash

Com as decisões de negócio cada vez mais apoiadas na análise de dados, nomeadamente em métricas como a taxa de conversão, o tráfego ou os níveis de envolvimento, em 2019 será possível, por exemplo, acompanhar a forma como potenciais clientes interagem com as imagens, 2D ou 3D, de produtos disponíveis em websites. Além do tempo de permanência, este tipo de ferramentas destaca os pontos de interesse do cliente e quais os melhores ângulos para o posicionamento dos produtos.
Outras das tendências da IA serão os assistentes virtuais. De acordo com um estudo da Adobe Analytics, mais de 71% de utilizadores de smartphones indicaram o uso diário deste tipo de tecnologia. Dispositivos como o Siri da Apple ou a Alexa da Amazon têm acompanhado os consumidores nas suas casas e trabalho, facilitando tarefas como a pesquisa na internet ou o simples ligar/desligar a música ou as luzes. Com o avanço do reconhecimento de voz e facial, em 2019 teremos a oportunidade de ter assistentes mais avançados para experiências mais personalizadas. Não sabe o que vestir amanhã ou está com dúvidas se o que tem vestido é trendy? Não se preocupe. Agora já é possível receber assistência personalizada, na área da moda, através do “Echo Look” – um programa lançado recentemente pela Amazon nos EUA, que recorre à câmara do seu telemóvel para analisar o que tem vestido e providenciar-lhe uma ajuda mais personalizada com base em algoritmos e opiniões de especialistas da área. Outro exemplo é a Net-a-Porter, uma loja virtual de moda, que recorre à IA para recolher informações sobre as viagens e eventos dos seus utilizadores, com o objetivo de apresentar-lhes dicas de moda ajustadas a cada um desses contextos.
As ferramentas aliadas à IA vão facilitar a vida às empresas e agilizar os processos de recrutamento – será mais fácil encontrar profissionais de qualidade e gerir tarefas como responder aos candidatos ou fazer entrevistas. Veja-se o exemplo do Mya (My Recruiting Assistant), um chatbot de assistência ao recrutamento, que consegue comunicar com os candidatos via Skype, email ou texto. Este é ainda capaz de pré-qualificar os candidatos e até rejeitar candidaturas. Bastante útil, não lhe parece?

#3 Tendência do Marketing Digital
Youtube cada vez mais relevante

O reconhecimento da importância do vídeo enquanto ferramenta de marketing tem vindo a crescer ao longo dos últimos anos – cerca de 81% das empresas já reconhecem os benefícios da sua utilização. Estudos preveem que este seja responsável por 85% do tráfego total na Internet em 2019. Por isso, se quer assistir a um aumento na promoção das suas vendas, então o vídeo não pode faltar na sua próxima estratégia de marketing.
Com o mundo digital cada vez mais móvel, o aumento do consumo de vídeos na internet tende a aumentar, nomeadamente a partir do Youtube. Esta plataforma, a maior online para vídeo, conta já com cerca de 1.5 biliões de utilizadores no mundo inteiro, sendo a aplicação móvel mais popular da Google Play e da Apple Store. Ao contrário do que sucedia há uns anos atrás com os famosos vídeos de gatos que atingiam recordes no número de gostos, partilhas e visualizações assim que eram publicados, hoje em dia ter sucesso no YouTube significa, primeiro, ter paciência e, segundo, ser capaz de reter a sua audiência. O que realmente importa agora para as marcas é saber quanto tempo cada vídeo é visualizado e em que momento este deixou de ter interesse para o seu espetador.

Youtube cada vez mais relevante

Fonte: Unsplash

O sucesso está em cada vídeo. Esqueça o canal, o enfoque agora está nos vídeos – é necessário encontrar a audiência ideal para cada vídeo. Se conhecer bem a sua audiência, o YouTube faz o resto e promove os vídeos pela sua marca. Através de tecnologias de IA, a plataforma consegue prever quais os vídeos que quer assistir analisando dados como o número de vezes em que assistiu a determinado vídeo ou se subscreveu determinado canal – insights importantes para as marcas que podem agora apostar em conteúdos vídeo mais adequados aos seus targets.
É importante publicar pelo menos duas vezes por mês e apostar na criação de conteúdos com uma certa sequência ou alinhamento. Manter a constância nas suas publicações ajuda não só a reter a atenção da sua audiência, mas também a criar oportunidades para esses conteúdos serem visualizados pelo público certo – abuse da originalidade, interatividade e lives em eventos. A ligação entre os diversos conteúdos também é importante – por exemplo, poderá produzir uma série de pequenos vídeos ou um vídeo maior dividido por partes. Não se esqueça de apostar numa estratégia multicanal.
Caso atue em áreas como a educação ou tenha como objetivo a exportação para o mercado indiano ou Ásia-Pacífico, pense em traduzir os seus vídeos. Os utilizadores destas regiões tendem a aumentar progressivamente nos próximos anos.
Invista no storytelling e na produção de conteúdos com significado – o importante é contar histórias verdadeiras e criar uma relação de transparência com a sua audiência – isso ajuda a gerar empatia com os espetadores. Aposte no potencial dos influencers pois estes são importantes para amplificar a sua mensagem. E, por fim, pense numa estratégia a longo prazo. Equipe-se de persistência e não desista caso não veja resultados imediatos. Com a alteração dos algoritmos do YouTube, o importante é manter o dinamismo e qualidade dos vídeos.
Tenha em mente que, o YouTube, para além de ser um instrumento valioso de publicidade para as empresas e marcas, é também um dos geradores de tráfego mais relevantes.
É necessário entender que o paradigma da comunicação mudou e que os utilizadores das redes sociais (os consumidores) são, hoje em dia, os donos do processo de comunicação, desempenhando papéis tanto de emissores como de receptores. Cabe, assim, às marcas ajustarem-se a esta nova realidade, com originalidade e um certo grau de ousadia, para captar a atenção das suas audiências, e o YouTube é uma ferramenta a ter em conta.

#4 Tendência do Marketing Digital
Privacidade

Se já andávamos preocupados com as questões da privacidade online, possível espionagem por parte dos governos e empresas privadas, ou até mesmo crimes cibernéticos, 2018 deixou-nos ainda mais alerta. O caso fraudulento que envolveu a consultora Cambridge Analytica e o Facebook no uso indevido de dados pessoais de mais de 80 milhões de utilizadores, levantou uma série de questões éticas colocando as empresas tecnológicas em holofote. Christopher Wylie, o homem que desvendou este caso aos jornais, afirmou, durante o Web Summit, que as empresas tecnológicas estão a colonizar as nossas sociedades e que impor regras é importante já que se trata da vida privada das pessoas.
Mais próximo do que nunca da distopia de George Orwell na sua obra “1984”, o mundo digital é hoje capaz de monitorar, gravar e espionar a população. E foi no sentido de consciencializar as pessoas e as marcas e estabelecer regras para a forma como são recolhidos, guardados e partilhados os dados pessoais dos utilizadores digitais, que, no passado mês de maio, entrou em vigor (essencialmente na Europa) o Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD). Este remete para a proteção das pessoas singulares no que diz respeito ao tratamento de dados pessoais.

Privacidade

Fonte: Unsplash

Com a entrada em vigor desta nova legislação, empresas de todo o mundo alteraram os seus modelos e processos de captação de dados, gerando, com isso, milhões de mensagens de confirmação de consentimento para poderem usar dados privados. Semanas antes, o histerismo instalou-se e fomos bombardeados com emails, SMS, e até cartas postais. Contudo, seis meses após a sua implementação, sabe-se que muitas empresas e entidades portuguesas, privadas e públicas, ainda não implementaram de forma completa e rigorosa o RGPD. O Regulamento Europeu prevê que cada Estado-Membro adote as normas europeias à realidade de cada país e, no caso de Portugal, o projeto de lei aprovado no final de março ainda não foi publicado e está novamente em debate. Na Europa, há já alguns casos de sanções pela partilha ilegal de dados, incluindo em Portugal, onde no passado mês de outubro foi aplicada uma coima de 400 mil euros pela Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) ao Centro Hospitalar Barreiro-Montijo pelo acesso indevido a processos clínicos por pessoal não médico. Em 2019, a proteção de dados será um dos fatores de mudança e estará presente no pensamento dos marketers, sobretudo em empresas cuja atuação e modelo de negócio na comunicação dependa das bases de dados. Também o crescente uso da IA na recolha e análise de informação levanta várias questões éticas, para o qual o simples consentimento dos utilizadores não será suficiente. No futuro, será necessária uma espécie de licença social para as empresas poderem operar nesta área. Mas por agora, as marcas deverão antecipar-se e investir em esforços no sentido de obter a confiança dos seus consumidores – uma espécie de “data trust”. A gestão da informação dos clientes passará a fazer parte das tarefas do departamento de marketing das empresas, que deverão apostar em novas métricas que avaliem o desempenho da marca face às suas próprias expectativas de privacidade.

#5 Tendência do Marketing Digital
Personalização automatizada versus serviço à medida

Apesar de nos suscitar algumas questões quanto à segurança e privacidade, viver num mundo digitalizado é bastante cómodo e traduz-se em diversas vantagens. Hoje em dia é possível fazer praticamente tudo online, desde ações mais simples e rotineiras como pedir uma lista de compras de supermercado pela internet e recebê-las em casa, até aquisições mais complexas que envolvem um maior nível de personalização de serviços e produtos, como é o caso da compra de um automóvel. No final, o mais importante são as nossas necessidades, quer elas estejam relacionadas com a rapidez do serviço, ou, pelo contrário, com uma maior personalização – as marcas devem ajustar-se às demandas dos consumidores e a tecnologia está aí para ajudar.

Personalização Automatizada versus Serviço à Medida

Fonte: Unsplash

Falemos então de personalização versus customização. Aparentemente semelhantes, estes são conceitos distintos. A personalização é mais automatizada e responde às necessidades dos clientes de uma forma mais efetiva e eficiente, promovendo interações mais rápidas e fáceis, o que se traduz num maior nível de satisfação – por exemplo, quando compramos um livro online queremos aceder ao website, fazer a compra com um clique e recebê-lo num curto espaço de tempo. Esta está normalmente associada ao comércio electrónico e é usada para melhorar o serviço ao cliente e potenciar as vendas. Com esse objetivo, as marcas recorrem a várias ferramentas, nomeadamente filtros colaborativos que selecionam certas informações com base na compra de determinado cliente ou conjunto de clientes (co-horts), combinação de perfis recolhidos através de diferentes páginas e análise de dados que ajudam a prever futuras interações.
No entanto, qualquer processo cujo objetivo seja aperfeiçoar a automatização de serviços online com vista a uma maior personalização, depende da recolha e uso de informações pessoais dos seus utilizadores. Para isso, as marcas devem ter bem definidas as suas estratégias de privacidade no sentido de gerar um maior nível de confiança por parte dos seus consumidores.
A customização ou serviço à medida, é, por sua vez, o ato de modificar um determinado produto ou serviço para ir ao encontro das necessidades de determinada pessoa. A diferença é que enquanto a personalização está enfocada no sistema e tecnologia, a customização centra-se no próprio cliente. Neste caso, a par da experiência de compra em espaços físicos com recurso à assistência de profissionais, as marcas poderão complementar os seus serviços de customização online com a ajuda de tecnologia digitais como os chatbots. Estes robôs serão extremamente úteis no apoio ao cliente e poderão, numa primeira fase, analisar as suas necessidades, providenciando-lhe feedback relativamente às suas dúvidas. Por exemplo, quando estiver a pensar comprar um carro e aceder ao website de uma marca, poderá ter um assistente pessoal a responder às suas questões sobre quais os melhores modelos, características e extras para as suas necessidades, antes mesmo de se deslocar ao stand. Já no stand, as marcas poderão, por exemplo, optar por tecnologias de realidade aumentada para promoverem experiências mais convenientes e interativas.

#6 Tendência do Marketing Digital
Domínio do Google

Sabia que o mercado de pesquisas online está avaliado em cerca de 92,4 bilhões de dólares e que só o Google é responsável por 91,6%? Estudos revelam que o Google continua a ser o motor de busca preferido pelos utilizadores, com um domínio quase total (Google e Google Images), seguido pelo YouTube. Os restantes players, dentro dos quais a Yahoo, a Amazon, o Bing e o Facebook, juntos representam menos de 6% das pesquisas globais.
De facto, o número de pesquisas por mês realizadas através do Google tem vindo a aumentar massivamente, o que denota o investimento contínuo da marca no sentido de solidificar esse monopólio, pelo menos durante os próximos anos.

Domínio do Google

Fonte: Unsplash

A importância do Google enquanto gerador de tráfego para os websites continua a ser inquestionável, mas essa realidade está a mudar. As alterações realizadas às SERP (Search Engine Results Pages), têm vindo a transformar este motor de busca mais num destino do que propriamente num encaminhador de tráfego – na versão móvel este efeito de destino é ainda mais acentuado sendo que 50% (contra 35% em computador) das pesquisas terminam sem resultar em qualquer clique. O que acontece atualmente é que o Google está a usar as informações, por ele obtidas em websites, para dar resposta à consulta dos utilizadores logo na primeira página. Por exemplo, quando perguntamos ao Google qual a previsão do tempo para amanhã, os resultados aparecem imediatamente na primeira página dos resultados de pesquisa sem que haja necessidade de redirecionamento qualquer website de meteorologia.
No fundo, o que o Google tem vindo a fazer é simplificar o processo de pesquisa, tornando-o mais rápido e eficaz. Mas o que pode, por um lado, ser benéfico para o utilizador, pode, por outro, ser prejudicial às marcas – ou, pelo menos, obriga a um reajuste na sua estratégia de SEO.
Esta nova tendência tem provocado um aumento no número de não cliques o que resulta numa diminuição da CTR (Click-through rate), sobretudo a orgânica. A CTR é taxa que representa o rácio entre as pessoas que veem o seu anúncio e as que acabam por clicar no mesmo – as primeiras posições da primeira página do Google recebem mais cliques do que as demais logo têm maior CTR.
Embora o Google tenha aumentado no número de utilizadores e pesquisas, o número de pessoas que clicam nos resultados orgânicos ou pagos é menor, dado que a informação procurada é disponibilizada logo na primeira página. E de que forma é que isso afeta as marcas que investem em anúncios pagos? Segundo os resultados, o número de cliques pagos continua a subir mas possivelmente será afetado por esta nova tendência. Apesar de ter introduzido novas características nos seus anúncios, sobretudo melhor qualidade de imagem, vídeo e conteúdo interativo, a Google também os tornou mais subtis, alterando os ícones amarelos indicadores de publicidade, por ícones quase invisíveis, que acabam por confundir os resultados pagos com os resultados orgânicos. Nesse sentido, a Google terá de inovar e procurar novas formas de disposição dos seus anúncios para manter o CTR pago.
No fundo, nunca foi tão difícil conseguir tráfego orgânico (e será ainda mais com os dispositivos de pesquisa por voz) e isso impõe novos desafios para as marcas. É extremamente importante que estas invistam no seu website e na sua e-mailing list como centro das suas campanhas. Mais ainda, estas devem optar por conteúdos compatíveis com dispositivos móveis apostando em características como a usabilidade, a acessibilidade e a qualidade, assim como na capacidade de resposta do seu website. A versão mobile assume atualmente um maior destaque, dado que passou a estar em primeiro lugar na classificação do Google, o denominado de mobile-first indexing – o significa que o Google agregou a versão móvel da página para indexação e classificação dos resultados das buscas.

#7 Tendência do Marketing Digital
Brand safety e influenciadores

A tendência do marketing de influência, apesar de não ser recente, tende a continuar em 2019, com as marcas a associarem-se a influenciadores digitais para a promoção e recomendação dos seus produtos e serviços através das redes sociais. Estes influenciadores ou celebridades, sejam eles youtubers, instagrammers ou outros, são opinion makers com uma grande comunidade de seguidores online e vistos como uma oportunidade para as marcas de se aproximarem dos seus consumidores.

Brand safety e Influenciadores

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De acordo com um estudo realizado pela Linqia, em 2017 cerca de 86% dos profissionais de marketing utilizaram o marketing de influência e cerca de 92% dos entrevistados acredita na eficiência destes influenciadores digitais. Mas se antes as marcas procuravam pessoas ou personalidades com maior número de seguidores, atualmente a tendência é outra. Por um lado, temos os influenciadores já conceituados nas redes sociais, e, por outro, os micro influenciadores, pessoas mais comuns que, apesar de terem menor número de seguidores, são relevantes para os seus nichos de mercado. De facto, 70% dos millennials afirmam preferir uma referenciação peer-to-peer no que toca à decisão de compra. Nesse sentido, os micros influenciadores são uma boa aposta para as marcas, primeiro, porque são pessoas normais com as quais os seus consumidores mais facilmente se identificam, segundo, porque o investimento será menor. Outras das tendências para as marcas, é a utilização de conteúdos gerados pelos utilizadores nas redes sociais, o que confere um toque mais pessoal às mensagens e destaca os produtos/serviços de uma forma que as empresas não são capazes.
Porém, com o aumento da relação entre marcas e influenciadores, aumentam também as preocupações relacionadas com a segurança da marca ou brand safety. Apesar dos benefícios visíveis desta parceria “quase” perfeita – produção de conteúdos a custos inferiores, audiências já estabelecidas e uma maior proximidade com possíveis consumidores, a mesma não deixa de ser uma relação B2B onde os influenciadores têm um papel de parceiros de negócio e onde as empresas devem procurar salvaguardar as suas marcas. É necessário apostar numa política de maior transparência na arena do marketing de influência com vista a combater a fraude existente no ecossistema digital – nomeadamente a compra de seguidores por parte dos influenciadores, a qual é perpetuada pelo sistema que usa o alcance como barómetro para medir o sucesso.
Mas se está a pensar investir no marketing de influência, deverá procurar fazer parcerias com influenciadores confiáveis, cujas audiências sejam reais, e que possam gerar conteúdo de qualidade e interações, independentemente de outras métricas como o número de seguidores. A par disso, as marcas devem estabelecer uma relação de continuidade com estes parceiros, de forma a garantir que os seus produtos/serviços sejam integrados no quotidiano dos influenciadores – e isso requer também um certo nível de exclusividade e fidelidade neste tipo de parcerias. Outro aspeto relevante diz respeito à qualidade do conteúdo produzido, que, embora ajustado à identidade do influenciador, deve sempre respeitar a forma de estar e missão da marca – o influenciador deve tornar evidente para o consumidor sempre que o conteúdo é produzido no âmbito de uma relação comercial com uma marca. No caso dos micro-influenciadores, as marcas deverão garantir a qualidade e o retorno desta colaboração e, por isso, assumir o investimento associado à promoção do conteúdo.

#8 Tendência do Marketing Digital
Estratégia multicanal

O mundo digital obriga-nos à fragmentação da nossa atenção e escolhas. Com a quantidade de informação que nos chega diariamente, as marcas necessitam de uma dose extra de criatividade e inovação para chamar a atenção dos seus consumidores. Estar só online não é suficiente, é necessário apostar no offline também. Apesar da crescente importância do comércio electrónico, as lojas físicas continuam a ter um papel importante na experiência global dos consumidores – é a chamada estratégia multicanal ou omnichannel. Em vez de manterem um único ponto, a tendência das marcas é ampliar a rede de canais de forma a conseguir leads e a convertê-los.

Estratégia multicanal

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Mas afinal em que é que consiste uma estratégia multicanal? Uma estratégia multicanal é uma estratégia que integra todos os meios de atendimento de uma empresa, o que facilita o acesso dos clientes aos produtos e serviços oferecidos. O seu modelo de negócio coloca o cliente no centro da atuação e procura perceber qual o seu mix de canais e a sua relação com os múltiplos touchpoints, online e offline. A finalidade é passar a mensagem indo ao encontro das expectativas dos clientes, da melhor maneira possível, facilitando as suas ações – por exemplo, estes podem comprar pela internet e receber em casa ou recolher numa loja física, ou vice versa, provar na loja e comprar online.
Segundo o Google, aproximadamente 42% dos consumidores online acreditam que uma estratégia multicanal é o aspecto mais importante na decisão de compra. Esta estratégia de marketing estimula a experimentação, conjugando os diversos canais, físicos e digitais, de forma benéfica para as marcas, sobretudo na área do retalho. Segundo um relatório da IDC Retail Insights, os retalhistas notaram um aumento de 15 a 35% no ticket-médio e de 5 a 10% na rentabilidade referente aos clientes leais, quando implementada este tipo de estratégia. No caso de outros sectores, como por exemplo a banca, muitas instituições estão a optar por ampliar a sua presença digital, reduzindo ao número de balcões e apostando num serviço online melhorado.
Mais ainda, atualmente existem diversas tecnologias que conjugam diferentes canais online e offline – por exemplo, é possível fazer anúncios online com o stock físico de uma loja usando uma aplicação como o Google Shopping. Através do Facebook ou Instagram, por exemplo, é possível criar anúncios segmentados por geolocalização que mostram ofertas a pessoas que estejam num raio de um ou dois quilómetros da loja física.
Para além da vantagem de ir ao encontro dos clientes, o que resultará, certamente, num aumento das vendas, a aposta numa estratégia multicanal poderá reduzir os custos em publicidade, dado que os canais digitais são bem mais baratos se comparados com os meios tradicionais como a televisão, a rádio, os outdoors ou a imprensa.
No entanto, este tipo de estratégia só resultará se a marca investir numa comunicação multicanal unificada, demonstrando uma identidade 100% alinhada e bem definida.

#9 Tendência do Marketing Digital
Pagamentos móveis

O crescimentos dos dispositivos e aplicações móveis, aliado ao aperfeiçoamento das redes móveis e à procura de melhores experiências de pagamento, são fatores que conduzirão ao rápido crescimento dos pagamentos móveis. Hoje em dia é tão cómodo efetuar um pagamento através do nosso smartphone, que até nos esquecemos da burocracia que era há uns anos atrás. O dinheiro é cada vez mais digital e o modelo dos pagamentos móveis traduz-se na frase “when we want, where we want”.

Pagamentos móveis

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Dentro das novas tecnologias de pagamentos, as e-Wallets são as preferidas. Estas carteiras digitais foram desenhadas para possibilitar o uso mais rápido do nosso dinheiro e muitas destas aplicações disponibilizam ainda a funcionalidade de gestão de gastos. Elas armazenam os dados do comprador de forma criptografada, sem necessidade de novo preenchimento a cada compra, aumentando o nível de segurança dos pagamentos online, sobretudo no que toca à confidencialidade dos dados dos consumidores. Contudo, para quem viaja muito, estas podem constituir um problema, pois os sistemas diferem de país para país.
Apple Pay, Google Pay, Venmo ou Zelle são algumas das aplicações mais conhecidas a nível mundial. Em Portugal, apesar do Multibanco ainda ser o método de pagamento de eleição, o fenómeno das e-Wallets começa a ganhar forma, havendo já aplicações de pagamento digitais disponíveis no mercado. A MBWay é a maior app de pagamentos móveis em Portugal – segundo a Marktest, só entre fevereiro e setembro deste ano, mais de um milhão de portugueses realizaram pagamentos móveis com o telemóvel através desta aplicação. Uma solução desenvolvida pela SIBS e que funciona como uma caixa multibanco, permitindo realizar transferências de dinheiro diretas, entre duas pessoas, possivelmente com bancos diferentes e utilizando como base ou identificador o número de telefone. Permite ainda fazer pagamentos e levantar dinheiro sem cartão. Mais recentemente foram lançadas a MWallet do BCP, que segundo o banco é tão simples quanto inserir o número do telefone do destinatário, e a Caixa Easy, uma aplicação do serviço homebanking Caixadireta para smartphone. Apesar dos aparentes avanços, este mercado continua a ser um grande desafio para as instituições financeiras portuguesas, sobretudo devido à concorrência internacional dos operadores das grande plataformas digitais como a Google, Amazon, Facebook e Apple.
Este sistema de pagamentos digitais gera oportunidades para os seus consumidores, por um lado as empresas que otimizam os seus negócios e, por outro, os clientes que têm a oportunidade de pagar de forma mais flexível e cómoda; mas também para todo um ecossistema dinâmico constituído por entidades financeiras, fabricantes de smartphones, operadoras, empresas na área das Tecnologias de Informação (TI) e instituições de investigação.

#10 Tendência do Marketing Digital
Digitalização da saúde

A disrupção digital chegou a todos as áreas da nossa vida, incluindo à saúde. A e-Health, como é conhecida, resulta não só da velocidade tecnológica atual mas, essencialmente, do crescente empowerment dos consumidores de cuidados de saúde, mais informados e participativos no que toca ao seu diagnóstico.
Por um lado, assistimos à proliferação da chamada IoMT (Internet of Medical Things), em comparação com a IoT (Internet of Things). Uma rede que usa dispositivos electrónicos para monitorar, recolher informação e notificar os profissionais e consumidores da área da saúde com o objetivo de identificar ou intervir precocemente em situações médicas. A IoMT atua através de várias tecnologias como wearables, biossensores (por exemplo, dispositivos que registram batimentos cardíacos, pressão sanguínea ou saturação de oxigénio), tecnologias ou aplicações médicas móveis (Apple Health).

Digitalização da saúde

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Por outro, à aposta numa maior automatização e digitalização dos processos mais tradicionais, nomeadamente no atendimento ao consumidor de saúde através da telemedicina (monitorização remota de pacientes) e teleassistência (por exemplo, a linha Saúde24); na gestão administrativa e financeira dos hospitais e clínicas e na coordenação de cuidados.
De acordo com um estudo do McKinsey Global Institute (MGI), o setor da saúde estava entre os menos digitalizados em 2016, uma resistência que se explica facilmente pela complexidade da indústria e dos seus atores e, também, pelo elevado risco associado à inovação – o que contrasta com a realidade diária dos cuidados de saúde. Existe, pois, uma grande disparidade entre a sofisticação da tecnologia de diagnóstico e a digitalização da força de trabalho e processos administrativos, pois a medicina é uma área naturalmente mais conservadora e qualquer inovação tecnológica leva, em média, 17 anos até ser adotada na prática clínica.
No entanto, esta mudança no ecossistema da saúde é extremamente benéfica para uma área tradicionalmente uniformizada a todos os indivíduos. A medicina do futuro prevê-se mais individualizada, assente num diagnóstico personalizado que reconhece as diferenças biológicas de uma população heterogénea, o que se traduzirá em terapias mais direcionadas e com maior taxa de sucesso. No que diz respeito à digitalização de processos, a adoção de ferramentas digitais tornará a área da saúde mais equitativa, democrática, personalizada, segura e cómoda – a redução dos custos aumentará o acesso aos cuidados de saúde, a qualidade do serviço será melhorada e os resultados finais mais eficientes. Por exemplo, o registo electrónico dos diagnósticos e historial permitirá, por um lado, manter a equipa médica e de enfermagem mais informada, e, por outro, dar a oportunidade aos pacientes de uma participação mais ativa na gestão das suas condições de saúde.
Quanto à implementação de tecnologias digitais como automatização, big data, inteligência artificial, robótica, entre outras, estas serão cruciais em áreas como a genómica de nova geração (ramo da bioquímica que estuda o genoma completo de um organismo), na criação de interfaces cérebro-máquina, impressão de órgãos a 3D, só para nomear algumas.
Hoje em dia a prevenção e tratamento de problemas de saúde é cada vez mais uma realidade alcançável para os cidadãos. Contudo, com esta democratização dos dados, é necessário criar políticas de privacidade e proteção dos dados dos pacientes e avaliar quais as ferramentas que oferecem melhores vantagens e segurança para os seus consumidores.

#11 Tendência do Marketing Digital
Espaço para desconectar

O novo paradigma digital e a sua intoxicante revolução tecnológica, dão-nos a sensação que vivemos num mundo onde existe maior liberdade de escolha e de atuação – estamos profundamente enganados. Smartphones, computadores e tablets, são uma constante na nova vida e com eles chega a necessidade de informação, entretenimento, e, pior, de aceitação por parte de comunidades de pessoas que nunca vimos. Apesar da digitalização da nossa sociedade e da comodidade inerente aos seus avanços, a realidade é que estamos cada vez mais distantes do que é essencial – vivemos uma dependência tecnológica com problemas graves de adição, sobretudo nos mais jovens.

Espaço para desconectar

Fonte: Unsplash

É o caso da adição ao videojogo mais popular do momento, o “Fortnite”. Este conta com mais de 125 milhões de jogadores e é equiparado por profissionais de saúde à heroína – causa os mais variados problemas relacionais e comportamentais como a privação de sono, falta de atenção ou uso compulsivo. Há, inclusive, pais a enviarem os seus filhos para reabilitação e casais a pedirem o divórcio. Para ter uma ideia, em Hong Kong, um em cada 10 alunos do ensino primário estão viciados em videojogos, o que já é considerado um distúrbio mental pela própria Organização Mundial de Saúde (WHO).

O uso contínuo de smartphones, e a ativação constante que estes causam na nossa atenção através de notificações, mensagens, e-mails ou jogos, também pode provocar perturbações. De acordo com vários estudos, só a presença destes dispositivos móveis pode reduzir significativamente a capacidade cognitiva dos seus utilizadores, mesmo estando desconectados – isto porque, apesar do nosso consciente não estar a pensar no smartphone, parte do nosso cérebro está ativo a pensar se deverá ou não usar o dispositivo.
Estamos perante casos de drenagem cerebral que exigem processos de desintoxicação tecnológica. E qual é a solução? A separação. Tristan Harris, antigo Filósofo de Produtos da Google e onde estudou a forma como a tecnologia afeta a atenção, bem-estar e comportamento das pessoas, fundou o movimento “Time Well Spent” para encorajar as empresas de tecnologia a oferecerem escolhas honestas que respeitem o tempo dos seus utilizadores. Segundo o autor e fundador do Center for Humane Technology, a tecnologia explora as nossas debilidades mentais, criando a ilusão de que as escolhas são sempre dos utilizadores – por exemplo, quando está perante um menu numa app tem a ilusão de estar a escolher a melhor opção para si, mas, na realidade, o menu não foi escolhido por si e, qualquer que seja a sua escolha, as empresas ficam sempre a ganhar. Estas trabalham no sentido de melhorar os seus dispositivos tecnológicos, tornando-os mais atrativos, úteis e empoderadores – o que está distante de ser verdade.
Um conjunto de investigadores da Google conduziram um estudo sobre o é que a maioria das pessoas sentem em relação ao seu telemóvel, e à tecnologia em geral, e resulta que a maioria das pessoas entrevistadas sentem uma espécie de obrigatoriedade para com os seus dispositivos, o que causa um nível de stress desnecessário. O estudo mostrou, ainda, que, apesar de muitas pessoas serem a favor da desconexão, estas querem ter o poder de decidir quando é que isso acontece. Por exemplo, quando um dispositivo se desconecta por falta de bateria, as pessoas sentem-se ansiosas e preocupadas com a falta de mensagens e notificações.
Com base nesse estudo, empresas como a Google ou Apple estão a desenvolver novas políticas e tecnologias que ajudam os seus utilizadores a encontrar um certo equilíbrio na gestão do uso do seu tempo online – é o caso do Digital Wellbeing ou do Screen Time. Estas aplicações ajudam a comprender os hábitos dos utilizadores, relembrando-os que devem fazer pausas, focar-se no que realmente lhes interessa e promover momentos de disconexão com vista a um maior equilíbrio.

Se chegou até aqui, parabéns! Esperamos que tenha gostado deste artigo e que de alguma forma o tenha inspirado para tirar o melhor partido do que nos espera nos próximos meses! 

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